segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
domingo, 4 de dezembro de 2011
Catedral
Pequena anotação II
Sobre prisões e liberdades
Queres-me, e,
ao me querer,
pego-te em paz,
a me sorrir.
Mas já não sei,
passou das três.
E, ademais,
há tanta vida por aí.
Qual tal meu mal,
bem de outros tais,
em que um instante,
já satisfaz.
Tu não.
Queres demais.
A mim inteira.
A prisioneira
do teu velho
e morto cais.
terça-feira, 8 de novembro de 2011
Esperas
domingo, 6 de novembro de 2011
Recaída
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
domingo, 23 de outubro de 2011
Purgatório

O sereno e puro amor
que sentes ao me ver
é somente brisa leve
que se vai quando me vou.
Suas palavras são vazias.
Minha vivida alma sente.
Os lábios sabem enganar,
mas as mãos logo desmentem.
Eu sei quando não me amam.
Mas vejo que muito me quer.
Exijo à loucura, então,
que lhe tome enquanto puder.
E em agonia e aceitação,
vou esperando a lucidez,
que, justa e impassível,
fará tu partir de vez.
terça-feira, 4 de outubro de 2011
Labirinto II
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
Labirinto
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
Desejo íntimo

O céu em crepúsculo.
Negros montes sem vida.
Estrada disforme e sofrida.
E sombras em conflito.
Constato, de pronto:
o fim já foi escrito.
A rotina me engole e me suga.
E o meu desejo de fuga
já não aparece há algum tempo.
Sinto que perdi o controle
de um viver entediante
que agora já não posso
(e nem sei) levar adiante.
Só sinto.
Finjo.
Minto.
Invento.
Procuro.
Espanto
o tormento,
o pranto,
a vontade de partir
de vez e com sucesso.
E extirpar todo esse tempo
vivido em excesso.
Amor e tempos

no tão árduo caminho.
Ao final das noites,
esperava-me sozinho,
em silêncio.
Silêncio,
atinado,
gritando
precisamente
as minhas
fraquezas.
Tentavas me avisar
de minhas tristezas.
Mas era dia.
Era verão.
E o barulho do mar...
Ah, o barulho do mar,
como este era forte e vívido;
como as canções tão alegres e
vibrantes me proibiram de lhe ouvir.
Como fui feliz ali...
Mas como vencidos guerreiros,
foram-se dezembros, natais e fevereiros.
E hoje, no frio das noites invernais,
rendo-me àquele que a mim ainda se rende,
e que reza (ainda e novamente)
pelo fim dos carnavais.
domingo, 7 de agosto de 2011
Caminhos

Explicações
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
Costumes da Terra V

(O Compromisso)
Má que nega mais tola
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
Jardins III

(A dúvida)
quarta-feira, 27 de julho de 2011
Pequena anotação

Ora, como reclamas
domingo, 3 de julho de 2011
Luxúria
domingo, 5 de junho de 2011
Jardins II

Jardins

Despropósito

Fico sozinho à noite pra ver se consigo me encontrar. Mas nunca me livro do mundo. Ele sempre dá um jeito de me alcançar. Não adianta fechar as janelas e trancar as portas. Ele entra pelas frestas; escorre pelo telhado e chega a mim de uma forma ou de outra. Mas mesmo assim o ignoro e finjo que não o vejo.
Eu sei que ele vai desistir
mais cedo ou mais tarde.
Fins

Agora tinha acabado. Repensou todos aqueles fins tumultuados. Nas brigas sem causas, nos gritos, na raiva sem fim. Agora era de vez. Não houve sequer uma batida de porta. Apenas um ‘adeus’ rápido, pronunciado com entonação de ‘até logo’. Mas os dois sabiam que não se veriam mais. Ao observar o carro dele se afastando, os olhos dela ficaram mareados. Emanou certo arrependimento. Um medo: e se a saudade for infindável? No entanto, isso ocorreu por poucos segundos, pois logo pegou a chave de casa no bolso direito da calça, dando-se conta de que o jantar – e o mundo - a aguardavam. E isso pode parecer estranho, mas, uma vez tendo entrado em casa e batido o portão, nunca mais pensou nele.
terça-feira, 31 de maio de 2011
Autoconhecimento
terça-feira, 17 de maio de 2011
Destempo

terça-feira, 12 de abril de 2011
Curumim

domingo, 3 de abril de 2011
Delicado Desatino

quinta-feira, 24 de março de 2011
O canto

que, quando avistei
seus olhos alertas,
tão puros, intensos
(tom de descoberta),
encantei-me e não pude,
deixar de pedir,
com meu jeito rude,
um breve encanto.
O primeiro canto.
Sem qualquer alarde,
a menina, ladina,
abriu-me um sorriso,
e com toque preciso
uma graça me deu.
Permitiu que seus lábios,
exatos, em cores,
curassem minhas dores
ao tocarem os meus.
segunda-feira, 14 de março de 2011
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
(Des)projeção

Quem é você
que não mais vem
em seu cavalo branco,
acalmar meu pranto,
e me tecer de novo
o mais belo canto
já ouvido nesses jardins?
Quem são esses soldados
(agora bem armados)
que não mais se alinham
ou sequer replicam por mim?
Nossos cetros enegreceram.
Suas flores-de-lis padeceram
na água turva
sob os meus pés.
Foi depois daquela chuva
que lhe tirou o viço,
e, feito um mal feitiço,
tornou-te quem tu és.
sábado, 8 de janeiro de 2011
Úlcera

Porque os seus braços eram meus.
Porque eu gostava de ver
as marcas de expressão
que se formavam
em torno de seus lábios
quando eles
apertavam um cigarro.
E de quando soprava
a fumaça com força
e me sorria
um sorriso indelicado.
Gostava de suas mãos.
Jazia-me em seus laços.
Perdia-me em seu cheiro.
Dormia em seu abraço.
E pensava ter encontrado
a mais pura das verdades.
Por isso esse aperto em tudo,
que é a dor da minha saudade.