sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Engesso



O sorriso daquela foto
nunca mais se repetiu.

Parece que o acaso sabia
que, cedo ou tarde, viria
um assombro repentino.
Insensato e sem aviso.

Ou então foi só a foto,
que, buscando a perfeição,
levou pra si o teu sorriso.

Sono


Eu queria que este momento

fosse uma pintura

em tela, a óleo.


E eu moraria nela para sempre.

domingo, 23 de outubro de 2011

Purgatório


O sereno e puro amor
que sentes ao me ver
é somente brisa leve
que se vai quando me vou.

Suas palavras são vazias.
Minha vivida alma sente.
Os lábios sabem enganar,
mas as mãos logo desmentem.

Eu sei quando não me amam.
Mas vejo que muito me quer.
Exijo à loucura, então,
que lhe tome enquanto puder.

E em agonia e aceitação,
vou esperando a lucidez,
que, justa e impassível,
fará tu partir de vez.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Labirinto II



(O levantar)

Agora vejo como antes não via.
Não me pareces mais tão sombria.

Vertigem,
eu, quando virgem,
não entendia.

Põe a pesar meus problemas,
massacra sem dó os dilemas
que me arrastam em suas batalhas.

Faz-me descer pelos cantos
mas só para ver se levanto
em busca de novas muralhas.