Ah, não vens.
Não vens me apontar,
me contar
as coisas que, devido a ti,
ocorreram.
Não me mostre como má.
Não manifeste essa ira que criaste
sozinho
em torno de todo esse mal.
Não derrame toda a culpa,
frígida e sórdida,
sobre uma angústia que ainda é real.
Afinal,
quantas noites foram sós
e, por quantas vezes,
a lua, em seu brilho alheio,
iluminou-me?
Quantas vezes as estrelas,
que um dia me chamaste para vê-las,
foram, no escuro,
as únicas amigas
com quem pude chorar?
E as esperas?
Eternas, eternas,
por anos vivi.
Esqueceste das minhas tolas mensagens,
dos meus nobres pedidos,
e dos dias em que implorei?
“Dai-me um pouco de amor!”,
eu por muitas vezes gritei.
Mas sequer ouvias,
sequer olhavas para mim.
Seguias, em paz,
velando por teu jardim.
Por isso não me contes,
não me apontes
como todo o mal,
sozinha.
Afinal, se a traição foi
a sua assombração;
saiba, a solidão foi a minha.
domingo, 19 de julho de 2009
Covardias
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