domingo, 5 de dezembro de 2010

Certeza


O passado nos assombra.

Mas ouça, meu bem:
esses temidos cacos de vidro,
mesmo se juntados,
nunca serão cálice outra vez.

Recolho-os e os passo.
(Assim ganho mais espaço).

Eu sei,

podem até fazer desses cacos,
campos ricos e ensolarados,
rios límpidos e afortunados,
amores pueris e bem aventurados.

Para mim,
são só cacos.

Incapazes de voltar à mesa
ou de substituir a beleza
das flores que agora vêm;

da fé que me esteia
do néctar que me nutre
e da luz que me mantém.


2 comentários:

  1. muito bom mesmo! inacreditavel a forma com que voce expreça seus amores e suas frustrações.MTO VERDADEIRO mais uma vez parabens. estou conhecendo agora(hoje)seu trabalho e pretendo seguir acompanhando. nao para nao! ;] grande prazer!

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