terça-feira, 17 de maio de 2011

Destempo



Não me esquivarei de mim,
pois em mim sou incrustado
como limo em pedras rasas,
como mofo em velhas casas,
como corpo suturado.

Mas tu não, tu podes partir.
Então fujas enquanto é tempo!
Deixe-me aqui, cativo, só,
alforriado em meu tormento.

Pois, para mim (como disseste),
qualquer chuva é tempestade;
cada onda é uma maldade.
E minh'aflição não enobrece.

Quero inteira a minha dor
de viver sobre este muro,
e ver-te assim, meu amor,
tão ofuscado pelo escuro,
faz de mim, vento infiel.

Vás, então, que - um dia - eu juro,
buscar-te-ei, bem mais maduro,
e te abrigarei sob o meu véu.

4 comentários:

  1. ola, achei seu blog por acaso .. procurando textos da martha medeiros. enfim, acabei lendo mais do que pretendia hahaha, e adorei.
    estou seguindo e se quiser passar no meu para dar uma olhada será bem vinda.

    sorte ;*

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  2. Boa Noite,
    Por algum acaso, você gostaria de fazer parceria?
    Achei legal seus posts.
    E também por acaso seu Blog tem quase o mesmo nome do meu S:

    Estou te seguindo, Gostaria de me seguir?

    Aguardo Retorno..

    http://notasversosepoesias.blogspot.com/

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  3. Existem textos que gostaríamos de ter escrito. Não só pela exuberância literária, mas principalmente por sentirmos como se fora arrancado de dentro de nós. incrivelmente bom!

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  4. mto lindo. porr tu tem uma visa mto leal e concreta das paixões e dos amores . show de mais.parabens

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